Alegria de ser só

Dia 6 de junho,é domingo estava indo para a igreja Presbiteriana na Vital Brasil. Como faço sempre dirigi-me para frente para sentar-me em um dos primeiros bancos do ônibus no qual já estava um senhor. Dei um sorriso e perguntei:- posso sentar- me aqui ao seu lado? O senhor afastou-se para o canto e me sentei. Olhei para o sr. no mesmo instante que ele olhou para mim.Ele começou a puxar conversa e se entusiasmar dizendo que queria se encontrar comigo e que era amor a primeira vista, que eu era muito bonita e que iria esperar-me em frente ao banco do Brasil. Eu fico pensando como as pessoas estão carentes, para se prestar a uma cena tão ridícula dessas. Como estão vazias de dignidade,de amor,de fé.Suas mentes estão cheias apenas de sexo.Fui a um baile da terceira idade,aconteceu quase a mesma coisa,esse foi ainda mais direto, marcando encontro no motel.
Estou aqui no meu canto curtindo a minha solidão,porque o romantismo do passado,o cuidado com as palavras para não ofender e as vezes só os olhos falavam.Não estou preparada para o mundo de hoje. Prefiro viver no passado,com saudade dos meus amores, que tinham palavras nos olhos, poesia nas palavras e tangos e boleros nos pés.Era maravilhoso rodopiar no salão ao som de uma valsa ou dançar juntinho um bolero, sendo cantado ao seu ouvido.Estar dormindo e acordarna madrugada com uma serenata.A mocidade de hoje é muito realista, não tem tempo de sonhar. Eu não sou contra a nada sei que o mundo é outro mas essa modernidade me assusta e me entristece.As lágrimas me vem lembrando a pureza e a belezado amor de antigamente.